Caso Júlia: laudo médico atesta sanidade mental do réu

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O laudo médico do ex-padrasto de Júlia dos Anjos atestou a sanidade mental do réu, que confessou ter estuprado e matado a vítima em abril de 2022. Júlia, de 12 anos na epóca do crime, foi encontrada morta em uma cacimba, na Praia do Sol, em João Pessoa.

A perícia realizada em 16 de novembro concluiu que Francisco Lopes não possui nenhuma doença mental ou desenvolvimento incompleto que interfira no juízo de realidade. “Ele [o réu] era completamente capaz de entender o caráter ilícito do fato”, informa o documento.

O réu, atualmente preso na Penitenciária do Roger, afirmou que teve sonhos de conotação sexual com a vítima, mas negou ter tocado nela.

De acordo com o laudo, do primeiro sonho até o dia o dia do crime foram 5 meses. Francisco negou que tivesse tido qualquer olhar libidinoso para a enteada, até o dia do delito e não se lembra de nada do dia da morte de Júlia. “Apesar de ter tido sonhos de caráter sexual com a enteada, nunca chegou a se distanciar dela ou mudar seu comportamento, por acreditar que nunca faria mal à menina”, relata a perícia.

O laudo informa que Francisco não é agressivo ou com passado violento, mas alerta para traços de personalidade antissocial e possibilidade de reiteração criminosa.

Entenda o caso

Júlia dos Anjos morava com a mãe, Josélia Araújo, e o padrasto, Francisco Lopes, no bairro de Gramame, em João Pessoa, e desapareceu no dia 7 de abril de 2022

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A mãe relatou inicialmente que a filha havia recebido mensagens de uma mulher, que alegou gostar do perfil dela no Instagram, e teria se oferecido para dar dicas de marketing digital para a adolescente. A mulher desconfiava que esse poderia ter sido um dos motivos do desaparecimento da filha, hipótese que foi descartada posteriormente.

No dia 12 de abril, o padrasto dela, Francisco Lopes, confessou que a assassinou a garota ainda dentro de casa. Segundo Francisco Lopes, ele asfixiou Júlia dentro do quarto dela e só depois levou o corpo para ser abandonado num reservatório.

O corpo de Júlia foi encontrado, em estado de decomposição avançada, dentro de uma cacimba no local indicado pelo padrasto, na região da Praia do Sol.

O padrasto está preso desde o dia 12 de abril.

No dia 19 de abril, Francisco confessou que abusou sexualmente de Júlia dos Anjos por quatro vezes. No dia do crime, ela foi estuprada antes de morrer. A mãe de Júlia dormia no momento e, conforme o delegado Hector Azevedo, ela não tinha conhecimento sobre os casos.

Os crimes sexuais começaram há cerca de quatro meses, conforme o relato do suspeito. Ele ainda declarou que Júlia tentou resistir aos abusos. Perguntado como começou a se aproximar da criança, Francisco Lopes disse que a menina, por ser criança, andava de pijama e toalha pela casa, e ele “criou malícia”.

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