O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente o trabalho dos médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Bayeux, na Grande João Pessoa. Após fiscalização realizada na manhã desta quarta-feira (10), foi constatado que a quantidade de médicos para a unidade não é suficiente para atender a demanda, colocando em risco o correto atendimento e a avaliação correta dos pacientes.
Sobre a questão, a Prefeitura de Bayeux informou que solicitou ao CRM-PB o relatório técnico da interdição para que a Secretaria Municipal de Saúde possa atender às exigências estabelecidas pelo órgão fiscalizador para que na maior brevidade possível a interdição seja cancelada.
Conforme foi observado pela equipe de fiscalização do CRM-PB, há dois médicos para atender diariamente 180 pacientes, o que significa que cada profissional precisa atender 90 pacientes em um turno de 12 horas. Cada paciente, assim, teria que ser avaliado em apenas oito minutos.
O CRM da Paraíba, no entanto, explica que resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) define que cada médico deve atender um paciente a cada 20 minutos, no mínimo. E que uma quantidade acima disso coloca em risco o atendimento e a vida do paciente.
Além disso, o Conselho justifica que recentemente médicos foram demitidos da UPA e que foi isso o que agravou a situação. Diante disso, a interdição ética seria a”medida extrama” necessária para proteger a sociedade e o trabalho médico.
A interdição ética do trabalho dos médicos tem início a meia-noite desta quinta-feira (11) e vai seguir até que as inconformidades apresentadas pelo CRM-PB sejam sanadas pela gestão municipal.