Uma denúncia anônima acolhida pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) aponta que o arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, sabia de todos os desvios de verbas que aconteciam no Hospital Padre Zé, no Instituto São José e na Ação Social Arquidiocesana. A investigação desencadeou a operação “Indignus”, que investiga o escândalo de fraudes e desvios de recursos nas instituições. Conforme os documentos, os crimes supostamente liderados pelo padre Egídio de Carvalho ocorriam há 12 anos.
“O arcebispo da Paraíba é ciente, que por sinal já recebeu um veículo Jeep Compass 2019 (Placa QSF-6748) como pagamento de propina”, diz o documento.
À reportagem, a assessoria da Arquidiocese afirmou que o arcebispo já havia confirmado, em entrevista coletiva no dia 10 de outubro, que não estava ciente dos desvi os ocorridos no Hospital Padre Zé e nas duas outras instituições investigadas. Sobre o veículo, a assessoria não respondeu o questionamento. O espaço está aberto para o pronunciamento.
Em 10 de outubro, o arcebispo Dom Manoel Delson convocou jornalistas para uma entrevista coletiva. No encontro ele disse que se sente envergonhado e traído em meio ao escândalo financeiro que envolve o padre Egídio. A declaração do líder da Igreja Católica no estado foi feitacom um pronunciamento da nova gestão da unidade.
Em outro momento, Dom Delson disse que o patrimônio identificado no nome do padre Egídio é “assombroso”, uma vez que um sacerdote recebe aproximadamente três salários mínimos por mês. “Isso nos entristece muito. É uma questão muito grave, porque um sacerdote deve servir aos mais pobres”, declarou.
O caso continua em investigação.