Nesta terça-feira (10), operações conjuntas entre autoridades do Brasil e da Itália, incluindo o Ministério Público Federal (MPF), visam desarticular uma rede internacional de tráfico de drogas. As ações, batizadas de Conexão Paraíba e Mafiusi, miram grupos criminosos que utilizavam rotas marítimas e aéreas para transportar cocaína da América do Sul para a Europa.
Na Operação Conexão Paraíba, uma pessoa foi presa e outras duas foram alvo de mandados de busca e apreensão em João Pessoa, conforme informações da Polícia Federal. Já a Operação Mafiusi investiga um esquema que, supostamente, utilizava a Rota do Atlântico para enviar drogas escondidas em navios cargueiros e por vias aéreas.
No total, as duas operações resultaram na emissão de 18 mandados de prisão preventiva no Brasil, além de um mandado internacional na Espanha. Também foram expedidos 46 mandados de busca e apreensão em sete estados brasileiros: Paraíba, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Roraima, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
As ações incluem ainda o sequestro de imóveis e o bloqueio de bens e valores de investigados, que somam cerca de R$ 126 milhões. As medidas foram autorizadas pelas Justiças Federal do Paraná e da Paraíba e pelo Judiciário italiano, atendendo a solicitações do MPF e do Ministério Público da Itália.
Na Paraíba, as investigações começaram em maio de 2021, com a prisão de dois membros da máfia italiana em João Pessoa. O estado foi identificado como estratégico para a logística de transporte de drogas rumo à Europa. As apurações revelaram ligações entre organizações locais e o crime organizado internacional, incluindo o uso do método “rip-on/rip-off”, em que drogas são ocultadas em contêineres com cargas lícitas.
Além do transporte marítimo, as organizações criminosas utilizavam aeronaves privadas para levar os entorpecentes a aeroportos europeus. As investigações indicam que, entre 2018 e 2024, o esquema movimentou bilhões de reais em transações ilegais, com os recursos sendo lavados por meio de empresas e contas bancárias usadas para ocultar sua origem.
O trabalho de investigação foi conduzido pela Equipe Conjunta de Investigação (ECI), formada em 2019 por um acordo entre o MPF e autoridades italianas. A operação também contou com apoio da Eurojust, Europol, Departamento Italiano de Segurança Pública, Direção Nacional Antimáfia e Diretoria Central Antidrogas italianas, além da Polícia Federal do Brasil e da Embaixada da Itália.
Com Portal T5