O Hospital Regional de Queimadas, no Agreste da Paraíba, usa polvos feitos de crochê para ajudar na recuperação de recém-nascidos prematuros internados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal (Ucin). Os bichinhos simulam o cordão umbilical e proporcionam mais conforto aos bebês e os auxiliam durante seu desenvolvimento enquanto não estão em condições para ganhar alta.
Essa iniciativa consiste no uso de polvos confeccionados por voluntários e é uma ferramenta de estimulação sensorial, tátil e visual, que contribui para o desenvolvimento neurocognitivo dos recém-nascidos.
A coordenadora de Fisioterapia da Ucin, Diana Almeida, explica que “[os polvos] são colocados dentro da incubadora, junto ao bebê, e dessa maneira, os recém nascidos sentem-se mais aconchegados e calmos, facilitando o posicionamento terapêutico e a normalização da respiração e dos batimentos cardíacos, promovendo maior tranquilidade para práticas fisioterapêuticas”.
Inclusive, ainda segundo Diana, essa técnica também evita que os bebês removam os fios de monitores e tubos de alimentação, gerando efeitos positivos no tratamento, pois os tentáculos remetem ao cordão umbilical e reproduzem um ambiente parecido com o interior do útero da mãe.
A especialista comenta que essa técnica de dar esses moluscos aos recém-nascidos surgiu na Dinamarca, onde um grupo de voluntários decidiu fazer polvos de crochê para bebês prematuros. Ela também lembra que “embora não haja estudos científicos sobre seu uso, temos uma cascata de efeitos positivos”.
Os polvos de crochê foram doados ao Hospital Regional de Queimadas pelo projeto Vida Feliz, de Alagoa Grande, que os disponibilizou de forma voluntária e são feitos de fio 100% algodão e, ao chegar na instituição, são levados para a Central de Materiais Esterilizados (CME) e esterilizados.
Além disso, o recém-nascido pode levar o pequeno molusco para casa, assim, continuando o estímulo tátil e sensorial ao deixar o hospital.