O prefeito do município de Cuité, na Paraíba, Charles Camaraense (PSB), foi uma das pessoas a denunciar as blitzes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no 2º turno das eleições 2022.
Ele afirmou estar no seu local de votação quando foi comunicado da operação na entrada da cidade e começou a receber fotos da ocorrência. À época, ele gravou um vídeo sobre as interferências na movimentação dos eleitores que saiam da zona rural do município.
“Eu vi o que estava acontecendo e não quis acreditar. Ainda cheguei a falar com um dos agentes que estava na blitz e ele disse: ‘a gente não queria estar aqui, num pleno domingo, em dia de eleição’. Isso quer dizer que eles estavam recebendo ordens”, afirma o prefeito.
Nesta quarta-feira (9), o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques foi preso, em uma operação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022. Charles não foi convocado para prestar depoimento no inquérito da PF que resultou na prisão preventiva, mas participou de uma audiência na ouvidoria da PRF há cerca de 90 dias sobre o assunto.
AdvertisementNa audiência, o prefeito de Cuité foi questionado se considerava que as blitze haviam sido orquestradas. “Eu disse que três ou quatro agentes não iam ligar um pro outro, se reunir e dizer ‘vamos fazer uma blitz em determinado local’. Não. Eles estavam ali porque houve uma determinação”.