Servidor da Caixa investigado transferia valores desviados do TRT-13 para várias contas, diz delegado

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O servidor da Caixa Econômica Federal que é suspeito de utilizar os sistemas do banco para desviar valores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-13) transferia o dinheiro desviado para várias contas. A informação é do delegado Derly Brasileiro, responsável pelo caso, em entrevista à imprensa na manhã desta terça-feira (25), na sede da Polícia Federal, em João Pessoa.

De acordo com o delegado, o homem trabalhava como caixa executivo e tinha acesso às movimentações bancárias. As investigações apontam que o funcionário desviava valores da Justiça do Trabalho, que deveriam ser repassados para a Receita Federal e INSS. Ele fazia transferências para várias contas, e o destino desses valores será investigado com o objetivo de apurar se retornavam para o suspeito, o que configura o crime de lavagem de dinheiro.

Mais de 500 guias bancárias foram falsificadas entre 2018 e 2022. Pelo menos R$ 8 milhões foram desviados, mas esse total pode chegar a R$ 23 milhões.

O suspeito não foi preso, pois, segundo o delegado Derly Brasileiro, as investigações estão em fase de buscas, e o caso será levado ao Ministério Público.

Nesta terça-feira (25), foi apreendido todo o gado que pertence ao investigado. A depender das investigações, os bens podem ser leiloados para que os valores desviados sejam ressarcidos.

O delegado informou que foi a Caixa Econômica Federal que fez a denúncia, após auditoria.

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Operação Lesa-Caixa

A ação desta terça-feira (25) faz parte da operação Lesa-Caixa visa cumprir 12 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados ao suspeito nas cidades de João Pessoa, Cabedelo, Pombal, Cajazeiras e São Bentinho, na Paraíba. Conforme a polícia, os desvios de recursos eram de contas vinculadas da Justiça do Trabalho da 13ª Região.

As investigações foram iniciadas em maio deste ano e tem como alvo principal o servidor da Caixa. Ele, aproveitando-se do acesso aos sistemas de movimentação bancária de contas judiciais trabalhistas, movimentou criminosamente valores para contas suas e de pessoas próximas, causando um prejuízo estimado aos cofres da CEF de quase 9 milhões de reais, podendo ao final da investigação o montante do prejuízo chegar a 23 milhões de reais, segundo a PF.

Ainda de acordo com a polícia, o investigado pode responder pelos crimes de peculato, inserção de dados falsos em sistema informatizado, associação criminosa e lavagem de ativos, cujas penas somadas podem chegar a 37 anos de reclusão e multa.

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