Mulher é condenada por preconceito religioso contra terreiro de candomblé: ‘falava que a gente cultuava demônio’, diz sacerdote

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Uma mulher foi condenada por crime de injúria qualificada por preconceito religioso, pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). O caso aconteceu em João Pessoa, contra um terreiro de candomblé localizado no bairro Castelo Branco.

Na 2ª Vara Criminal da Capital, a mulher foi condenada a uma pena de 1 ano de reclusão e 10 dias-multa. A pena foi mantida no recurso julgado pela Câmara Criminal.

A acusada era vizinha do terreiro de candomblé Ile Àsé Omi Karéléwa, que existe há 10 anos, é licenciado para atividades religiosas. Conforme registrado em vídeos e anexado ao inquérito, além de ofender a religião e seus seguidores, chegou a arremessar objetos no muro do terreiro durante uma celebração.

O sacerdote da casa, Diego Logunsy, disse que as situações começaram há aproximadamente cinco anos, e citou alguns exemplos. “Ligava o som nas alturas, ela colocava umas caixas de som no muro, dela que é conjugado, para atrapalhar o nosso rito. Quando não ligava esse som extremamente alto jogava sal grosso no telhado, nas brechas das telhas que caíam justamente dentro dos quartos sagrados”.

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O babalorixá relatou também que a religião e os seguidores foram ofendidos verbalmente em vários momentos. “Falava que a gente cultuava demônio, que era uma religião de marginais, de maconheiro, de drogado, que a gente ia queimar no fogo do inferno”.

Diego Logunsy lembra que, durante uma festa para um orixá, a acusada começou a atirar objetos em direção ao muro do terreiro. Isso teria assustado os visitantes. O momento foi registrado em vídeo e anexado ao inquérito.

“Teve uma festa que a casa estava cheia, em um dos intervalos, ela começou a gritar no beco que dá para o terreiro da gente, chamando de cultuador de demônio, (…) começou a arremessar objetos muito pesados na parede da gente”.

Ele relata que as pessoas que estavam na casa ficaram muito assustadas, e que algumas resolveram ir embora.

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