A Paraíba possui uma fila de 455 pessoas esperando por transplantes de órgãos, conforme informações da Central de Transplantes do Estado. O número representa um aumento percentual de cerca de 2% em 5 meses, quando o a fila de espera era de 447 pessoas.
Segundo o Governo da Paraíba, de janeiro a dezembro de 2022, foram realizados 310 transplantes de órgãos e tecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Foram 255 transplantes de córneas, três de coração, 29 de rim, 20 de fígado e três de medula óssea. O total é 5% maior que o registrado em 2021, quando foram somados 295 procedimentos. Apesar disso, a fila em 2023 ainda é grande.
A pedagóga Socorro Moura espera desde 2018, quando chegou a ser chamada, mas como a Central de Transplantes convoca duas pessoas para transplantar a que for compatível, ela não foi a escolhida.
Socorro faz hemodiálise três vezes por semana e está na fila para um transplante de rim. Ela relata viver uma expectativa muito grande e uma decepção quando não foi escolhida.
“Há quatro anos, fui chamada e não deu certo. O rim foi melhor para outra e eu continuei na fila de espera. Quando você recebe a ligação, dá muito medo. Medo de não dar certo, medo de perder, medo de você ir embora de vez e ao mesmo tempo uma alegria muito grande por saber que você vai ter uma sobrevida; não vai não estar presa a máquina. Mas, quando você está lá, faz todo o procedimento e não dá certo, outra frustração”, conta.
O secretário executivo de gestão das redes de unidades de saúde, Ari Reis, explica que no Brasil existem as filas nacionais e as estaudais. A Central de Transplantes do Estado fica em constante contato com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde e quando ocorre a manifestação da intenção de doar, é feita a compatibilidade com a fila estadual de saúde.
“Se compatibilidade for inviável para aquele órgão, para aqueles pacientes que aguardam no estado, aí se faz uma integralização com a rede nacional para que nenhum órgão seja perdido e nenhum paciente fique sem ser atendido”, ressalta o secretário.
Na Paraíba há transplantes em serviços públicos e privados, com financiamento público. As doações vão de rim, córnea, fígado até coração e pulmão. Já os transplantes mais comuns são os de coração e fígado, segundo Ari.