Uma jovem de 28 anos, de João Pessoa, acusa de violência contra a mulher o jogador de futebol americano Callus Cox, defensor pelo time João Pessoa Espectros. Nas redes sociais, a vítima conta que se relacionou com Callus por dois anos, e que foi agredida no último domingo (22), após ir na casa do jogador, no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa, para receber um dinheiro. Também pelas redes sociais, Callus negou as acusações.
Segundo a postagem da vítima, que não quis ser identificada, ela foi até a casa dele e teria sido agredida, empurrada e sofrido escoriações. Ela informa ter prestado um boletim de ocorrência na Polícia Civil, após o caso. “As medidas cabíveis estão sendo tomadas, com o objetivo de preservar a minha integridade física e mental. A violência doméstica contra a mulher é uma dura realidade no Brasil e precisamos todos lutar juntos para combatê-la”, disse a jovem.
O advogado Bruno Rocha, responsável pela defesa do jogador, informou ao que Callus Cox irá se pronunciar somente perante a Polícia. A defesa afirmou que ele é inocente e que “nunca levantou a mão” para jovem.
A diretoria do João Pessoa Espectros informou que o time está resolvendo o assunto juntamente com o departamento jurídico. Segundo a diretoria, “todas as medidas jurídicas e de conhecimento estão sendo tomadas para melhor análise e solução do caso”, e que após todas as informações serem colhidas, o clube vai se manifestar publicamente.
Como o caso aconteceu
A jovem relatou ao que ela e o jogador se relacionavam há 2 anos. Os dois tinham uma relação tranquila durante a maior parte do tempo em que estavam juntos e ele nunca a tinha agredido fisicamente antes. Eles teriam se separado por causa de sucessivas discussões causadas por desconfiança. Os dois terminaram e voltaram algumas vezes entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
Segundo a vítima, no domingo ela teria tentado conversar com o jogador na calçada da casa. A esposa dele teria saído e as duas discutiram. “Ele a colocou para dentro de casa. Meu braço estava na parede do portão, então ele bateu no meu braço, me empurrou, eu caí no chão e ele fechou o portão”, relata.
Callus Cox, que nasceu nos Estados Unidos, mas mora em João Pessoa, usou as redes sociais para se defender. O jogador disse que vítima estaria fazendo uma denúncia caluniosa, e que ela teria caído sozinha após tentar pular um muro.
“Estou sendo vítima de denunciação caluniosa por uma mulher com a qual me envolvi, mas não quis manter qualquer tipo de relação. Por não aceitar o não, essa pessoa veio até minha casa onde vivo com minha família, tentou acessar pulando o muro, caiu, e está me acusando de tê-la empurrado ao chão. Tenho testemunhas do ocorrido. Estarei indo às autoridades prestar meus depoimentos, provar que não agredi ninguém e que estou sendo vítima”, disse o jogador.
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Após a nota pública postada pelo atleta, a jovem voltou a se posicionar nas redes sociais, desta vez com um vídeo, onde diz que a versão do jogador “não faz sentido”.
“Tinha um dinheiro que ele me devia e eu fui buscar, que era a quantia de 50 reais, e ao chegar lá ele simplesmente me destratou, porque a pessoa com o qual ele se relaciona estava em casa. Então ele foi muito grosseiro comigo, tentou fechar a porta na minha cara. Ele bateu com o portão na minha mão, ele agrediu o meu braço e me empurrou ao chão, fazendo eu me arrastar, porque ele é uma pessoa muito forte. Então eu me arrastei no chão e me machuquei muito”, disse a jovem.
A esposa do jogador, Layanna Targino, publicou nas redes sociais que a vítima teria ido até a casa em que o casal mora e teria começado a gritar na porta , acordando a filha de um ano dela com o jogador. Apesar de Cox ter saído para falar com a jovem, ela teria continuado a gritar, pois o alvo era Layanna.
Na nota publicada a esposa contou que a jovem teria se machucado ao tentar subir no muro e cair.
De acordo com a coordenadora das Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher da Polícia Civil, delegada Maria Sileide, a jovem solicitou medida protetiva em caráter de urgência durante o plantão do último final de semana e um inquérito foi instaurado para apurar o caso.
Além disso, segundo a delegada Amindonzele Carneiro da Delegacia da Mulher da Zona Norte, responsável pelo caso, a jovem passou por exame de corpo de delito após a denúncia de violência contra o jogador, que ainda deve ser ouvido.
Para a jovem, a agressão foi uma bandeira vermelha e um primeiro sinal antes das coisas evoluírem. “Eu tomei a decisão de solicitar a medida protetiva, principalmente pelo nosso histórico de idas e vindas, não era nada saudável e deveria ter acabado há muito tempo atrás, portanto, por lei, não teremos mais nenhum tipo de contato”, relata, ao dizer que única coisa que quer é paz, a proteção da integridade física e seguir em frente.