Com dívida de R$ 43 bilhões, Americanas pede recuperação judicial

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A Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (19), na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Nesta manhã, a companhia já havia informado que teria recursos reduzidos em caixa e admitiu a possibilidade de iniciar o processo. As dívidas da empresa somam R$ 43 bilhões, entre aproximadamente 16,3 mil credores.

A quantia em caixa, segundo a varejista, estaria em R$ 800 milhões – valor significativamente menor do que os R$ 8,6 bilhões reportados no terceiro trimestre de 2022. O prazo entre o pedido e a homologação do plano é de 60 dias.

De acordo com o diretor financeiro da Spot Finanças, Marcello Marin, o pedido de recuperação judicial da Americanas se tornará o quarto maior da história do país, ficando atrás somente de Odebrecht, Oi e Samarco.

“Será um recuperação judicial bem complexa. Além das margens, que são extremamente baixas para a companhia, outro ponto de bastante atenção é a ‘qualidade’ dos credores. Pelo o que se tem falado, a maioria dos credores são os bancos, o que vai gerar muita briga para a aprovação dos planos. Os bancos internamente já estão falando de haircut [perdão de dívida] na casa de 30%, mas com certeza o plano vai prever mais do que isso”, afirmou.

Segundo a Americanas, boa parte do recurso está “injustificadamente indisponível para a movimentação da companhia desde ontem”, atribuindo a situação à decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que permitiu que o BTG Pactual bloqueasse R$ 1,2 bilhão da Americanas. O banco é um dos credores mais expostos à dívida da varejista, que identificou rombo contábil de R$ 20 bilhões na semana passada.

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O bloqueio serviria para que o banco se proteja de um eventual calote da Americanas. O aval foi concedido pelo desembargador Flávio Marcelo de Azevedo Horta Fernandes, da 2ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro. A decisão reverteu uma liminar que havia congelado temporariamente o pagamento das dívidas da varejista e revertido qualquer tentativa de execução por parte dos bancos credores.

No documento em que esclarece os motivos para entrar com o pedido de recuperação judicial, a empresa afirma que apenas o bloqueio dos recursos por parte dos credores já tornaram “extremamente difícil a continuidade das operações do Grupo Americanas por 30 dias”.

Além do BTG Pactual, outros bancos também se adiantaram na cobrança de dívidas por receio de travamento dos pagamentos.

Fonte: G1

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