Servidoras do IFPB publicam carta aberta em que cobram ações contra o assédio sexual e moral

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Um grupo de mais de 40 servidoras e servidores do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) publicou nesta terça-feira (12) uma carta aberta endereçada à comunidade acadêmica e à sociedade paraibana pedindo uma ação mais enérgica da instituição no combate ao assédio sexual e ao assédio moral, cujas vítimas principais são as mulheres. O grupo explica que falta uma ação mais enérgica do Instituto para lidar de frente com a questão e pede uma “profunda reflexão” que tenha como objetivo final uma “mudança de cultura” dentro do IFPB.

A carta foi publicada alguns dias depois de ser publicizada uma série de denúncias de assédio sexual contra estudantes menores de idade, que tem como alvo o professor Antônio Isaac Luna de Lacerda, ex-diretor-geral do campus de Itabaiana do IFPB que vem sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Ainda assim, o documento deixa claro que não pretende se ater a esse caso específico, mas questionar o que de efetivo o IFPB vem fazendo para coibir esse tipo de prática.

Uma das idealizadoras da carta é a professora de história Janaína Bezerra, que atua no campus de Patos do Instituto. Ela explica que a princípio pensava na adesão de algo em torno de dez mulheres, mas que a mobilização acabou sendo bem maior do que a esperada. Inclusive com a adesão de servidores homens.

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“A gente não quer apenas debater o caso de Itabaiana em si, já que esse já vem sendo investigado. Mas a gente quer debater a falta de política institucional para discutir a questão”, declara.

No sábado (9), a Reitoria do IFPB publicou uma nota oficial em que classifica o assédio sexual como sendo um “repugnante e inadmissível atentado à dignidade da pessoa humana” e declarando que trata questões do tipo com rigor. Mas essa não é bem a opinião das servidoras e servidores que assinaram a carta.

“A nota diz que o IFPB sempre combate o assédio, mas essa afirmação não condiz com os fatos”, opina Janaína.

Ela reconhece que o IFPB tem oficialmente uma rede de combate ao assédio, mas que esses mecanismos criados pela Reitoria não funcionam adequadamente. “Eu digo que existe oficialmente, porque entre existir e funcionar é muito diferente”, declara.

Para explicar melhor o que diz, a professora pondera que em sete anos de trabalho no IFPB nunca recebeu nenhuma orientação sobre como proceder em casos de denúncias de assédio.

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